Entidades que atuam no Território do
Sisal, Assentados de Reforma Agrária de Nova Esperança, Cansanção e autoridades
Municipais, Estadual e Federal, estiveram presentes na audiência pública, no
dia 11 de setembro de 2013 na câmara de vereadores de Cansanção, para
discutirem os problemas causados pela atividade da mineradora Yamana Gold, no
assentamento Nova Esperança, a mineradora fica instalada no município de
Santaluz próxima ao assentamento.
Fruto de uma articulação, feita pelas
entidades que fazem o acompanhamento do assentamento, como FATRES e MUC,
conseguiram trazer para essa audiência pública órgãos como, representantes da
Prefeitura de Cansanção, Representante da Câmara de Vereadores, a
Superintendência Regional da Bahia do INCRA, com Luís Gurgel, o assessor da
Presidência do INCRA Nacional, Celso Florêncio, representante da UFRB, e as
entidades FETRAF-BA, CODES SISAL, CONSISAL E UNICAFES-BA no intuito
de discuti e elaborar uma estratégia para que os moradores do assentamento não
sejam prejudicados pelas atividades da mineradora.
Durante a audiência pública, o INCRA
e os Vereadores do município de Cansanção, puderam ouvir os relatos de
representantes da comunidade Nova Esperança a respeito da situação em que hoje
estão vivendo os moradores. Na oportunidade foi exibido um vídeo feito na
ultima reunião, dia 22 de agosto, o qual mostra a explosão que ocorreu minutos
após o término da reunião. As entidades puderam ver o que a comunidade
vem enfrentando desde que a mineradora se instalou no município.
A comunidade vem solicitando ajuda
para revolver essa situação, principalmente das entidades que acompanham a
comunidade, como Movimento Unificação Camponesa, MUC, que vem acompanhado
desde o inicio dos problemas, o coordenador do MUC, Ezequiel Santiago, fala
desse trabalho de articular as entidades para resolverem o problema da
comunidade “estamos articulando as entidades de atuação no Território do Sisal,
na Bahia e no Brasil para juntos somarmos força para solucionar os problemas
encontrados na comunidade de Nova Esperança, nessa reunião aprofundamos o
debate sobre a necessidade de encontrar o mais rápido possível uma solução para
o problema com as detonações causadas pela empresa Yamana Gold, a cada dia que
passa a situação vem se agravando, as detonações vêm aumentando, era uma vez
por semana e agora passa a ser todos os dias e cada vez mais forte” comenta
Ezequiel.
A FATRES tem ações no assentamento,
como o projeto de Segurança Alimenta e Nutricional, e não poderia ficar de
olhos fechados diante do que vem acontecendo, o coordenador da FATRES, João
Nilton, vem acompanhando as reuniões e se colocando a disposição para
contribuir no que for possível, e comenta sobre a explosão que já presenciou,
“já participamos de reunião na comunidade que
teve uma forte explosão na mineradora que cobriu todo o assentamento e vimos
todos correrem, então é uma situação que não da para viver desse jeito, tem que
ter uma solução para esse problema. Faz parte da missão da FATRES, contribuir na
melhoria das condições sociais de vida dos trabalhadores e as trabalhadoras da
agricultura familiar no semiárido da Bahia, então não podemos ficar de braços
cruzados, vamos contribuir o que tiver no nosso alcance para resolver esse
problema” reitera João Nilton.
Tanto o Superintendente, Luís Gurgel, e o assessor da presidência do INCRA, Celso
Florêncio, se mostraram sensíveis a causa dos assentados. Celso Florêncio
depois que viu o vídeo e os relatos dos moradores, se mostrou preocupado “as
imagens que vimos aqui na reunião e as reclamações que ouvimos da comunidade,
eu volto para Brasília preocupado com a situação, e afirmamos que o INCRA tem
responsabilidade sobre a área do assentamento e todo aquilo que tiver no limite
da lei, nós vamos fazer em defesa dos trabalhadores, dos beneficiários que foi
assentado por nós mesmo, então é nossa responsabilidade, vimos aqui toma
conhecimento da situação, agente precisa saber tecnicamente quais são os
problemas, para isso vamos esta constituindo um grupo de trabalho de
profissionais de Brasília, da Bahia e da UFRB, essa é nossa intenção, levantar
informações sobre os impactos na comunidade, tem que se manter organizada, não
fazer negociações individuais, de cada beneficiário do seu jeito, tem que ser
uma solução coletiva” comenta Celso.
Os
encaminhamentos, por parte do INCRA nacional, foi montar um grupo de trabalho
no máximo dentro de 15 dias, para fazer um levantamento técnico dos impactos
causados pela minerado e o INCRA regional ficou de cobrar informações da empresa
em relação aos problemas.