FATRES Realiza Oficina de Planejamento
Participativo no Território Semiárido Nordeste II.

Uma nova etapa de trabalhos começa no Território Semiárido Nordeste II, com a realização da Oficina de Planejamento Participativo nos dias 23 e 24 de julho na cidade de Jeremoabo-Ba, com os agricultores e as agricultoras que estão sendo atendidos pela Chamada Pública Estadual de ATER, 002/2012 do lote 18, em que a Fundação de Apoio à Agricultura Familiar do Semiárido da Bahia, FATRES, esta prestando serviço de ATER.
Depois de realizar as reuniões de apresentação, sensibilizações e diagnóstico nas comunidades atendidas nos municípios de Coronel João Sá, Heliópolis, Pedro Alexandre, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal e Santa Brígida, foi à hora de planejar as ações com os próprios agricultores e agricultoras, durante a oficina foram trabalhados temas como Organização Social e Políticas Públicas de Acesso ao Crédito e Mercado, como o Programa de Aquisição de Alimentos, PAA, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, PNAE, e o Garantia Safra, além da Convivência com o Semiárido com base na Agroecologia.
Na Oficina de Planejamento Participativo, os agricultores e as agricultoras relataram a suas dificuldades e os seus pontos fortes, para somente depois realizarem um planejamento de ATER a longo prazo em suas propriedades, um planejamento que vem da necessidade dos agricultores e principalmente construído pelo próprio. A partir dessas demandas levantadas pelos agricultores, a equipe técnica da FATRES realizará reuniões e dias de campo para contribuir com o desenvolvimento local em cada comunidade.

Uma das dificuldades no Território Semiárido Nordeste II, como todo o semiárido, é a falta de água e da assistência técnica, Saullo Daniel de O. Silva, Engenheiro Agrônomo e Coordenador da equipe técnica da FATRES no lote 18, fala sobre as dificuldades encontradas na região “mesmo com alguns municípios tendo grande reserva d’água subterrânea, os Agricultores tem dificuldade em captar e vivem com uma água de qualidade e quantidade que nem sempre é a desejável e digna para realizar um pequeno plantio em sua propriedade; quanto à assistência técnica nas propriedades, a equipe da FATRES busca sempre informar e orientar os agricultores a aplicar as principais tecnologias no que diz respeito ao baixo consumo de água para produção de hortaliças e criação de quintais agroflorestais (como por exemplo), visando sempre à qualidade ambiental e o equilíbrio com a natureza.Outra dificuldade que se tem nessa região é a falta de políticas públicas que possam vir a contribuir com o crescimento dos municípios que por muitos anos ficaram “esquecido pelos governantes”. Esse é o papel da FATRES região, prestar uma Assistência Técnica de qualidade e inserir esses Agricultores numa realidade mais digna e com consciência ambiental.” Relata o Coordenador Saullo. 

Um outro desafio encontrado pelo Agricultor e a FATRES é o fato de vários Agricultores não possuírem a DAP  que é a Declaração de Aptidão ao PRONAF. Os responsáveis pela emissão desse documento são os órgãos públicos como a EBDA, que tem uma série de dificuldades em emitir o documento. O agricultor, Marcondes de Souza da comunidade de Limoinho, no município de Santa Brígida, fala dessa dificuldade: “a dificuldade de ter a DAP é muito grande, agente vai lá, na EBDA, e eles dizem pra gente que não esta em condições de fazer a DAP por não está com transporte para fazer a visita na sua roça, não estão com material, então eles têm essa dificuldade que eles passam pra gente, tudo isso vem impossibilitando que consigamos esse documento.” relata Marcondes.

Marcondes fala ainda sobre a importância da Oficina de Planejamento Participativo, “essa atividade é um passo que estamos dando para melhorar a Agricultura Familiar, ter uma orientação com um técnico ajuda muito, quando agente tem uma boa orientação é claro que vamos produzir melhor, com esse acompanhamento que o técnico da FATRES esta começando, teremos bons resultados, antes da FATRES, nossa comunidade não tinha um acompanhamento técnico, nunca existiu isso, eu não sabia que tinha assistência técnica para o pequeno agricultor, então com esse acompanhamento nós vamos além!” completa Marcondes.
A Agricultora Venícia Amâncio dos Santos, da comunidade de Bendó na cidade de Heliópolis, que participou da Oficina de Planejamento Participativo, se mostra esperançosa que a comunidade possa participar e aproveitar da assistência técnica “a oficina foi ótima, gostei de tudo! Das informações que recebi, da troca de experiência de cada um que estava na oficina, tanto dos agricultores como da equipe que estava coordenando, espero que a comunidade possa ficar animada como eu estou depois dessa atividade, nossa comunidade esta precisando de estímulo para se organizar e trabalhar em conjunto. Já conversei com o técnico que nos acompanha, para passar os vídeos que foram apresentados aqui, na atividade, e levar para a comunidade para que eles vejam as experiências de outros agricultores que deram certo, porque nós podemos tentar e dar certo também!” comenta Venícia.


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