Sepultado o corpo de uma das mais conhecidas sindicalistas da Bahia

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Foi sepultado na manhã de sábado (18),no cemitério São João Batista,na cidade de Araci,o corpo da sindicalista e líder comunitária Maria Madalena Santos Silva. Ela faleceu na sexta-feira (17) em Salvador vitima de câncer de mama, depois de muitas complicações, ou seja, mais de cinco anos de tratamento.

O corpo de Madalena foi velado na comunidade de Queimadinha, distante 13 km de Araci e por volta das 07h30, com um cortejo em forma de carreata, seguiu até a cidade, onde uma multidão o aguardava.
Conhecida em todo território nacional, em especial nos movimentos sociais, a agricultora familiar foi homenageada no dia internacional das mulheres durante um ato no centro da cidade e, mesmo ausente, lembrada através de um painel, foi chamada de “Guerreira”, por defender bandeiras e lutas por espaços e direitos para todos.

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A “guerreira”, além de religiosa dedicou sua vida e seus últimos anos, quase que exclusivamente a lutar pelo direito da mulher rural e como líder comunitária, foi reconhecida pelos moradores da comunidade através das manifestações populares durante o sepultamento, pelas batalhas em defesa de moradia digna para os agricultores familiares.

Dentre as lutas travadas pela sindicalista, destaca-se a fundação do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Araci, da APAEB/Araci, do Movimento de Organização Comunitária (MOC), a mais de quatro décadas e militante das machas dos direitos das mulheres, que teve inicio no território do sisal, estendendo à Brasília em 1986, resultando na emenda constitucional que garantiu os direitos das mulheres a aposentadoria.

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Ao receber a visita do CN em sua residência a cerca de três anos e na ocasião o CN acompanhava o então secretário da Infraestrutura, hoje, deputado federal João Leão (PP), Madalena repetiu palavras do vocabulário de uma trabalhadora rural dedicada à organização feminina e de lutas em defesa da qualidade de vida dos agricultores rurais, ou seja, mobilização luta igualdade, defesa dos direitos das mulheres e dos homens. Na época ela externava o desejo de vê asfaltado o trecho de 32 km que distancia o Distrito de Salgadália, município de Conceição d Coité á cidade de Araci, beneficiando a comunidade de Qeimadinha, onde residia e consequentemente melhorando a vida dos agricultores rurais, principalmente e escoar seus produtos.

Maria Madalena dos Santos Silva, uma das militantes mais experientes nas lutas femininas, disse ao CN que “a luta faz a gente viver melhor”. Questionada porque dedicou parte de sua vida à luta das mulheres trabalhadoras rurais e contou que era movida pela necessidade de ver o movimento social cada dia crescendo em busca da cidadania e sempre sonhou por dias melhores na sociedade, mais justa e igualitária.
40 anos do moc
Amiga de Wagner o Lula – Em 27 de setembro de 2007, durante a comemoração dos 40 anos do Movimento de Organização Comunitária (MOC), em Feira de Santana, onde estavam reunidos representantes da agricultura familiar, educadores do campo, membros de diversas organizações e movimentos sociais, sindicalistas e autoridades, o governador Jaques Wagner falou sobre as parcerias com o movimento social e lembrou a importância de Madalena neste movimento e da sua amizade com a líder sindical. Na foto, Wagner se dirigia a Madalena, a terceira entre as pessoas que formavam a mesa de trabalho. ”Madalena foi importante neste trabalho da sociedade civil organizada que faz com que o povo brasileiro volteasse a ter esperança”, falou o governador na época.

Movida pela esperança de dias melhores, Madalena marcou a presença no ano de 1993 da passagem da caravana da cidadania pela região o sisal, período em Lula, candidato a presidente da republica, durante 20 dias, de 23 de abril a 12 de maio de 1993, percorreu 4.500 quilômetros, visitando quase 60 cidades em sete estados, mostrando um país pouco visto, pouco falado e muito maltratado.
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O secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de Conceição do Coité, Valdemi de Assis, lamentou a morte de Madalena e lembrou as “caminhadas”, no final da década de setenta e inicio de oitenta, quando na pauta estava a aposentadoria dos mutilados, das viúvas, mulheres, diminuir a idade dos homens e em todos os atos lá estava Madalena. “Madalena foi muito importante no inicio da minha história, pois adolescente, ela me incentiva a lutar e trabalhar para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, disse Valdemí.

Da redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas e Portal Folha/Imagens TV Folha

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