Associativismo fortalece artesanato de agricultoras do sertão baiano
Ainda criança, a agricultora Brilza Ferreira da Silva aprendeu com sua mãe a tecer redes, tapetes e bolsas usando fiapo de algodão. A atividade é uma tradição entre as mulheres de Pimentel, uma comunidade do município de Ribeira do Amparo, a 268 quilômetros de Salvador. Ali, a economia se apoia no cultivo de milho, feijão e caju. As peças feitas a mão e comercializadas em feiras municipais da região são um complemento para a renda durante a entressafra.
Com a ajuda da técnica social da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão da Secretaria da Agricultura (Seagri), Lucivan de Souza, as mulheres da comunidade se reuniram para aperfeiçoar seu trabalho e fortalecer sua produção. A atuação da técnica na comunidade começou em 2003, através do Prorenda Bahia, programa do governo estadual com colaboração da Sociedade Alemã de Cooperação Técnica (GTZ), que incentivava a geração de renda no campo.
Lucivan disse que sua principal contribuição foi unir a comunidade. “Quando iniciei o trabalho, há quase dez anos, encontrei uma comunidade sem organização, com pessoas isoladas, produzindo e comercializando solitariamente. Trouxe o curso de associativismo e auxiliei na estruturação da Associação de Pequenos Produtores de Pimentel e do Grupo das Mulheres Artesãs. Tenho orgulho desse trabalho, que resultou numa comunidade mais forte e independente”.
Durante o convívio, a própria comunidade expôs suas expectativas, que foram viabilizadas pelo trabalho de Lucivan. As artesãs mais habilidosas participaram de cursos e fizeram intercâmbio em outras comunidades para aprimorar a técnica e o design dos produtos. “O grupo se reunia dois dias por semana para tecer na igrejinha da comunidade. Uma ensinava para a outra aquilo que sabia. Eu e minha filha também participamos do curso e aprendemos a fazer muitos pontos novos”, explicou Brilza, que também se transformou em multiplicadora das novas técnicas.
Fonte: SECOM
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